sexta-feira, 10 de outubro de 2014

O SELO DO ESPÍRITO SANTO (Ef 1.13,14)

O capítulo 1 de efésios é maravilhoso. O apóstolo Paulo, mostra-nos que a salvação é trinitária. Toda a santíssima trindade está ativamente envolvida na nossa salvação. Paulo começa elencando as bênçãos procedentes do Pai que são a eleição, predestinação e adoção, tudo para louvor da glória de sua graça (Ef 1.3-6). Depois Paulo elenca as bênçãos procedentes do Filho que são a redenção pelo seu sangue e a remissão dos pecados, para louvor da sua glória (Ef 1.7-12), e por último, mas não menos importante, temos as bênçãos procedentes do Espírito Santo que são o selo e a garantia, em louvor de sua glória (Ef 1.13,14).
O iminente expositor bíblico, Warren W. Wiersbe destaca quatro aspectos da selagem do Espírito Santo que passaremos a considerar.[1]

1.  O selo fala de uma transação comercial consumada.
Ainda hoje, quando documentos legais importantes são tramitados, recebem um selo oficial para indicar a conclusão da transação. Cristo consumou sua obra de redenção no Calvário. Ele deu a sua vida em resgate de muitos. Ele comprou-nos com o seu sangue. Por isso, fomos selados como garantia dessa transação final.
2. O selo fala de um direito de posse.
Francis Foulkes diz que no mundo antigo, o selo representava o símbolo pessoal do proprietário ou do remetente de alguma coisa importante, e, por isso, tal como numa carta, distinguia o que era verdadeiro do que era espúrio. Era também a garantia de que o objeto selado havia sido transportado intacto.[2]
O Espírito Santo é o selo do cristão. Aos romanos Paulo escreveu: “O próprio Espírito testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.15). Somos d’Ele. Pertencemos a Ele. Ao nos adotar em sua sagrada família, Deus enviou o Seu Espírito ao nosso coração (Gl 4.6), como prova de Seu amor, cuidado e domínio sobre nossas vidas.
3. O selo fala de segurança e proteção.
Quando puseram o selo romano sobre a tumba de Jesus indicaram claramente que aquilo era um sinal que garantiria que o seu túmulo não seria violado (Mt 27.62-66). Assim nós cristãos somos guardados por Deus. Como ovelhas de Cristo, temos a garantia de que ninguém nos arrebatará de Suas mãos (Jo 10.28,29). Ele tem o poder de manter-nos a salvo. “Estou plenamente certo de que aquele que começou boa obra em vós há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
4. O selo fala de autenticidade.  
Assim como a assinatura numa carta atesta a genuinidade do documento, a presença do Espírito prova que o cristão é autêntico.[3] Acerca disso Paulo é claro ao afirmar: “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo, esse tal não é dele” (Rm 8.9).
Paulo finaliza falando acerca da garantia do Espírito Santo: “O qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.14). Aqui a palavra grega traduzida como penhor ou garantia é arrabon. Provavelmente, os gregos herdaram essa palavra dos mercadores fenícios. Num negócio entre duas partes o penhor era um pagamento parcial, que dava a certeza de que o pagamento total seria feito.[4] Arrabon era usado em grego moderno para designar o anel de noivado, ou seja, de compromisso.[5]
A experiência do Espírito Santo que temos aqui na terra é uma antecipação das alegres bênçãos do céu. Temos, por meio do Espírito Santo, a garantia de desfrutarmos plenamente da herança legada por Deus. Tudo isso tendo como finalidade principal a glória de Deus “para louvor de sua glória”.
Como bem enfatiza a primeira pergunta do Breve Catecismo de Westminster:
Qual é o fim principal do homem? O fim principal do homem é glorificar a Deus, e alegrar-se nele para sempre”.  
Rikison Moura, V. D. M



[1] Comentário Bíblico Expositivo, p.14,15
[2] Efésios, Introdução e Comentário, Vida Nova, p.48
[3] Warren Wiersbe, Comentário Bíblico Expositivo, p.15
[4] Francis Foulkes, Efésios, Introdução e Comentário, Vida Nova, p.49
[5] Idem,

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