O capítulo 1
de efésios é maravilhoso. O apóstolo Paulo, mostra-nos que a salvação é
trinitária. Toda a santíssima trindade está ativamente envolvida na nossa
salvação. Paulo começa elencando as bênçãos procedentes do Pai que são a
eleição, predestinação e adoção, tudo para louvor da glória de sua graça (Ef
1.3-6). Depois Paulo elenca as bênçãos procedentes do Filho que são a redenção
pelo seu sangue e a remissão dos pecados, para louvor da sua glória (Ef 1.7-12),
e por último, mas não menos importante, temos as bênçãos procedentes do
Espírito Santo que são o selo e a garantia, em louvor de sua glória (Ef
1.13,14).
O iminente
expositor bíblico, Warren W. Wiersbe destaca quatro aspectos da selagem do
Espírito Santo que passaremos a considerar.[1]
1. O
selo fala de uma transação comercial consumada.
Ainda hoje,
quando documentos legais importantes são tramitados, recebem um selo oficial
para indicar a conclusão da transação. Cristo consumou sua obra de redenção no
Calvário. Ele deu a sua vida em resgate de muitos. Ele comprou-nos com o seu
sangue. Por isso, fomos selados como garantia dessa transação final.
2. O selo fala de um direito de posse.
Francis
Foulkes diz que no mundo antigo, o selo representava o símbolo pessoal do
proprietário ou do remetente de alguma coisa importante, e, por isso, tal como
numa carta, distinguia o que era verdadeiro do que era espúrio. Era também a
garantia de que o objeto selado havia sido transportado intacto.[2]
O Espírito
Santo é o selo do cristão. Aos romanos Paulo escreveu: “O próprio Espírito
testifica com nosso espírito que somos filhos de Deus” (Rm 8.15). Somos d’Ele.
Pertencemos a Ele. Ao nos adotar em sua sagrada família, Deus enviou o Seu
Espírito ao nosso coração (Gl 4.6), como prova de Seu amor, cuidado e domínio
sobre nossas vidas.
3. O selo fala de segurança e proteção.
Quando
puseram o selo romano sobre a tumba de Jesus indicaram claramente que aquilo
era um sinal que garantiria que o seu túmulo não seria violado (Mt 27.62-66).
Assim nós cristãos somos guardados por Deus. Como ovelhas de Cristo, temos a
garantia de que ninguém nos arrebatará de Suas mãos (Jo 10.28,29). Ele tem o
poder de manter-nos a salvo. “Estou plenamente certo de que aquele que começou
boa obra em vós há de completá-la até o Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
4. O selo fala de autenticidade.
Assim como a
assinatura numa carta atesta a genuinidade do documento, a presença do Espírito
prova que o cristão é autêntico.[3] Acerca
disso Paulo é claro ao afirmar: “E, se alguém não tem o Espírito de Cristo,
esse tal não é dele” (Rm 8.9).
Paulo
finaliza falando acerca da garantia do
Espírito Santo: “O qual é o penhor da nossa herança, até o resgate da sua
propriedade, em louvor da sua glória” (Ef 1.14). Aqui a palavra grega traduzida
como penhor ou garantia é arrabon. Provavelmente,
os gregos herdaram essa palavra dos mercadores fenícios. Num negócio entre duas
partes o penhor era um pagamento parcial, que dava a certeza de que o pagamento
total seria feito.[4]
Arrabon era usado em grego moderno
para designar o anel de noivado, ou seja, de compromisso.[5]
A experiência
do Espírito Santo que temos aqui na terra é uma antecipação das alegres bênçãos
do céu. Temos, por meio do Espírito Santo, a garantia de desfrutarmos
plenamente da herança legada por Deus. Tudo isso tendo como finalidade
principal a glória de Deus “para louvor de sua glória”.
Como bem
enfatiza a primeira pergunta do Breve Catecismo de Westminster:
“Qual é o fim principal do homem? O fim
principal do homem é glorificar a Deus, e alegrar-se nele para sempre”.
Rikison
Moura, V. D. M
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