sexta-feira, 24 de outubro de 2014

ESTÁ CONSUMADO”

“Quando, pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça, rendeu o espírito” (Jo 19.30).
Sou plenamente convicto que a cruz não foi uma reflexão tardia, não foi um acidente humano, não foi uma espécie de plano B porque o plano A havia fracassado, mas a cruz foi uma determinação divina. “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o enfermar...” (Is 53.10).
A sexta declaração de Jesus na cruz não foi um gemido de um homem derrotado, mas sim um grito triunfante de vitória do Filho de Deus, nosso bendito Salvador. Não se tratava de um lamento de uma vítima vencida pelas circunstâncias, mas o grito de um vencedor exterminando todos os seus adversários. Aos trinta e três anos de idade, a maioria das pessoas costumam afirmar: “É o começo”, mas na mesma idade, Jesus dizia: “Está consumado”.  Na língua grega, o significado dessas palavras é: “Está consumado, permanece consumado e estará sempre consumado”.

Todos nós já começamos vários projetos, planos e nunca terminamos. Eu tenho esboços que nunca viraram sermões, projetos que nunca concretizei, projetos que nunca realizei, vários deles não saíram sequer do papel. Mas Deus não é assim! Tudo que Ele inicia ele completa. Tudo aquilo que Deus promete em Sua Palavra Ele cumpre. Ele não pode mentir. Suas promessas são fiéis e verdadeiras.  Paulo escrevendo aos filipenses declarou:
“Estou plenamente certo que aquele que começou a boa obra em vós há de completa-la até ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
A certeza de nossa salvação está ancorada na vontade soberana de Deus, que nos escolheu desde o princípio para a salvação (2Ts 2.13). Foi Ele que planejou a salvação. É Ele quem escolhe, quem abre o coração, quem chama, quem regenera, quem dá o arrependimento para a vida, quem dá a fé salvadora, quem justifica, redime, santifica e glorifica. A salvação é uma obra exclusiva de Deus. Afirmamos assim como o profeta Jonas no ventre do grande peixe: “Ao Senhor pertence a Salvação” (Jn 2.9).
Mesmo quando parece que o mal está vencendo Deus continua no controle. Mesmo quando os homens perversos assumem posições elevadas, a vontade secreta de Deus continua agindo. Foi isso que sucedeu na crucificação de Jesus. Ali não estava agindo somente as mãos perversas dos homens, mas também e acima de tudo as mãos soberanas de Deus. Vejamos o que nos diz a Escritura:
“Levantaram-se os reis da terra, e as autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram” (At 4.26,27). 
Os planos e os propósitos de Deus são invencíveis!  Ao morrer na cruz, assumindo o lugar de Seus eleitos e recebendo sobre si a ira de Deus contra o pecado, após beber até a última gota o cálice da ira de Deus, Jesus bradou: ‘Está consumado’. No grego essa palavra é Tetelestai, e embora seja uma palavra desconhecida pela maioria das pessoas no mundo contemporâneo, ela era uma palavra muito familiar quando Jesus ministrava na terra.
Ela era usada muito utilizada por vários grupos de pessoas, por exemplo, os servos e os escravos usavam esta palavra sempre que terminavam um trabalho e levavam o fato ao conhecimento de seus senhores. O servo dizia: “Tetelestai – terminei a tarefa que me deu para fazer”. Isto significava que o servo havia feito o serviço como o senhor determinara e na hora que ele estabelecera. Jesus é o servo santo e obediente de Deus. Ele fez tudo o que o Pai determinou. Ele veio a esta terra como servo que tinha uma obra especial a realizar. Quando Jesus morreu na cruz por pecadores Ele pôde dizer: Tetelestai, terminei a tarefa que deste para fazer. Na oração sacerdotal registrada em João 17 Jesus disse: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para fazer” (Jo 17.4).
Outro grupo de pessoas que utilizavam essa palavra eram os sacerdotes gregos. Sempre que os adoradores levavam ao templo sacrifícios dedicados ao deus ou deusa que adoravam, os sacerdotes tinham de examinar o animal para certificar-se de que ele era perfeito. Se o sacrifício era aceitável, o sacerdote dizia: “Tetelestai – não tem defeito”. Jesus Cristo é o sacrifício perfeito e imaculado de Deus (Jo 1.29). O Cordeiro de Deus sem mancha e sem mácula. Jesus Cristo nunca cometeu um único pecado sequer. Ele era irrepreensível. Certa vez Jesus desafiou os seus inimigos dizendo: “Qual de vós me convence de pecado?” Pliatos, o governador romano, admitiu: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc 23.4). Até mesmo Judas, o traidor confessou a santidade de Cristo dizendo: “Pequei, traindo sangue inocente” (Mt 27.4).
Não há outro sacrifício pelo pecado que se compare a Jesus. Somente Jesus Cristo é perfeito, sem mancha e sem falha. Por isso, ao oferecer voluntariamente a sua vida pelo pecado Jesus Cristo bradou: Tetelestai – como que dissesse: “Sou o sacrifício agradável a Deus. Sou a oferta adequada, pois sou o cordeiro sem defeito”.
Um outro grupo de pessoas que utilizavam esta palavra eram os mercadores. Para eles, o termo significava “a dívida está completamente paga”. Se você comprasse algo a prazo e quando fizesse o último pagamento o negociante lhe daria um recibo com a palavra tetelestai, ou seja, “quitado, o débito foi totalmente pago”.
Os pecadores tem uma dívida com Deus e não podem pagar a conta. Por terem quebrado a lei de Deus, os pecadores estão falidos e impossibilitados de quitar essa dívida. Quando nos aproximamos de Cristo pela fé, os nossos pecados são perdoados e nossa dívida é cancelada de uma vez por todas. Nenhuma condenação há para aqueles que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Os nossos pecados foram depositados na conta de Cristo e sua justiça, perfeita e infinita foi creditada na nossa conta. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que, nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21).  Que salvador maravilhoso nós temos. Tetelestai. A conta foi paga, o débito foi quitado, a dívida foi cancelada!
A missão na qual Deus enviou Seu Filho ao mundo estava agora acabada. A tarefa divinamente confiada a Ele estava cumprida.  Jesus veio a esta terra buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Na cruz Jesus pagou o preço de nossa redenção. Tetelestai, está pago, os nossos pecados foram cancelados de uma vez por todas. Está consumado. Está feito. Está acabado. Não há nada que possamos fazer para aperfeiçoar esta maravilhosa obra. Seria uma afronta ao sacrifício de Jesus Cristo nós querermos acrescentar alguma coisa. Nada, absolutamente nada é deixado para o pecador acrescentar. Obra nenhuma é requerida de nós como preço de nossa salvação.
Se a salvação é uma obra consumada, então não ousamos acrescentar e nem remover nada da mesma. Só existe um meio de salvação, é a fé pessoal na obra consumada de Jesus Cristo, que deu a sua vida em resgate de muitos. Tudo que o pecador precisa fazer é confiar e descansar na obra terminada de Jesus Cristo.
Em consequência, se os meus pecados foram colocados sobre Cristo, logo eles não estão sobre mim. Na cruz, todos aqueles que confiam em Cristo deixam o fardo do pecado. Deus os apaga mediante o sacrifício de sangue de seu próprio Filho. Confia em Deus, oh miserável pecador. Somente nele há vida. Somente nele há escapatória da ira futura. Creia na obra consumada de Jesus. Pois ela é perfeita, eterna e salvadora. Que Deus lhe conceda o arrependimento para a vida, esta a minha petição.


Rikison Moura, V. D. M

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