“Quando,
pois, Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado! E, inclinando a cabeça,
rendeu o espírito” (Jo 19.30).
Sou
plenamente convicto que a cruz não foi uma reflexão tardia, não foi um acidente
humano, não foi uma espécie de plano B porque o plano A havia fracassado, mas a
cruz foi uma determinação divina. “Todavia, ao SENHOR agradou moê-lo, fazendo-o
enfermar...” (Is 53.10).
A sexta
declaração de Jesus na cruz não foi um gemido de um homem derrotado, mas sim um
grito triunfante de vitória do Filho de Deus, nosso bendito Salvador. Não se
tratava de um lamento de uma vítima vencida pelas circunstâncias, mas o grito
de um vencedor exterminando todos os seus adversários. Aos trinta e três anos
de idade, a maioria das pessoas costumam afirmar: “É o começo”, mas na mesma
idade, Jesus dizia: “Está consumado”. Na
língua grega, o significado dessas palavras é: “Está consumado, permanece
consumado e estará sempre consumado”.
Todos nós já
começamos vários projetos, planos e nunca terminamos. Eu tenho esboços que
nunca viraram sermões, projetos que nunca concretizei, projetos que nunca
realizei, vários deles não saíram sequer do papel. Mas Deus não é assim! Tudo
que Ele inicia ele completa. Tudo aquilo que Deus promete em Sua Palavra Ele
cumpre. Ele não pode mentir. Suas promessas são fiéis e verdadeiras. Paulo escrevendo aos filipenses declarou:
“Estou
plenamente certo que aquele que começou a boa obra em vós há de completa-la até
ao Dia de Cristo Jesus” (Fp 1.6).
A certeza de
nossa salvação está ancorada na vontade soberana de Deus, que nos escolheu
desde o princípio para a salvação (2Ts 2.13). Foi Ele que planejou a salvação.
É Ele quem escolhe, quem abre o coração, quem chama, quem regenera, quem dá o
arrependimento para a vida, quem dá a fé salvadora, quem justifica, redime,
santifica e glorifica. A salvação é uma obra exclusiva de Deus. Afirmamos assim
como o profeta Jonas no ventre do grande peixe: “Ao Senhor pertence a Salvação”
(Jn 2.9).
Mesmo quando
parece que o mal está vencendo Deus continua no controle. Mesmo quando os
homens perversos assumem posições elevadas, a vontade secreta de Deus continua
agindo. Foi isso que sucedeu na crucificação de Jesus. Ali não estava agindo
somente as mãos perversas dos homens, mas também e acima de tudo as mãos
soberanas de Deus. Vejamos o que nos diz a Escritura:
“Levantaram-se os reis da terra, e as
autoridades ajuntaram-se à uma contra o Senhor e contra o seu Ungido; porque
verdadeiramente se ajuntaram nesta cidade contra o teu santo Servo Jesus, ao
qual ungiste, Herodes e Pôncio Pilatos, com gentios e gente de Israel, para
fazerem tudo o que a tua mão e o teu propósito predeterminaram” (At 4.26,27).
Os planos e
os propósitos de Deus são invencíveis! Ao
morrer na cruz, assumindo o lugar de Seus eleitos e recebendo sobre si a ira de
Deus contra o pecado, após beber até a última gota o cálice da ira de Deus,
Jesus bradou: ‘Está consumado’. No grego essa palavra é Tetelestai, e
embora seja uma palavra desconhecida pela maioria das pessoas no mundo contemporâneo,
ela era uma palavra muito familiar quando Jesus ministrava na terra.
Ela era usada
muito utilizada por vários grupos de pessoas, por exemplo, os servos e os
escravos usavam esta palavra sempre que terminavam um trabalho e levavam o fato
ao conhecimento de seus senhores. O servo dizia: “Tetelestai – terminei a
tarefa que me deu para fazer”. Isto significava que o servo havia feito o
serviço como o senhor determinara e na hora que ele estabelecera. Jesus é o
servo santo e obediente de Deus. Ele fez tudo o que o Pai determinou. Ele veio
a esta terra como servo que tinha uma obra especial a realizar. Quando Jesus
morreu na cruz por pecadores Ele pôde dizer: Tetelestai, terminei a
tarefa que deste para fazer. Na oração sacerdotal registrada em João 17 Jesus
disse: “Eu te glorifiquei na terra, consumando a obra que me confiaste para
fazer” (Jo 17.4).
Outro grupo
de pessoas que utilizavam essa palavra eram os sacerdotes gregos. Sempre que os
adoradores levavam ao templo sacrifícios dedicados ao deus ou deusa que
adoravam, os sacerdotes tinham de examinar o animal para certificar-se de que
ele era perfeito. Se o sacrifício era aceitável, o sacerdote dizia: “Tetelestai
– não tem defeito”. Jesus Cristo é o sacrifício perfeito e imaculado de Deus
(Jo 1.29). O Cordeiro de Deus sem mancha e sem mácula. Jesus Cristo nunca
cometeu um único pecado sequer. Ele era irrepreensível. Certa vez Jesus
desafiou os seus inimigos dizendo: “Qual de vós me convence de pecado?”
Pliatos, o governador romano, admitiu: “Não vejo neste homem crime algum” (Lc
23.4). Até mesmo Judas, o traidor confessou a santidade de Cristo dizendo:
“Pequei, traindo sangue inocente” (Mt 27.4).
Não há outro
sacrifício pelo pecado que se compare a Jesus. Somente Jesus Cristo é perfeito,
sem mancha e sem falha. Por isso, ao oferecer voluntariamente a sua vida pelo
pecado Jesus Cristo bradou: Tetelestai – como que dissesse: “Sou o sacrifício
agradável a Deus. Sou a oferta adequada, pois sou o cordeiro sem defeito”.
Um outro
grupo de pessoas que utilizavam esta palavra eram os mercadores. Para eles, o
termo significava “a dívida está completamente paga”. Se você comprasse algo a
prazo e quando fizesse o último pagamento o negociante lhe daria um recibo com
a palavra tetelestai, ou seja, “quitado, o débito foi totalmente pago”.
Os pecadores
tem uma dívida com Deus e não podem pagar a conta. Por terem quebrado a lei de
Deus, os pecadores estão falidos e impossibilitados de quitar essa dívida.
Quando nos aproximamos de Cristo pela fé, os nossos pecados são perdoados e
nossa dívida é cancelada de uma vez por todas. Nenhuma condenação há para aqueles
que estão em Cristo Jesus (Rm 8.1). Os nossos pecados foram depositados na
conta de Cristo e sua justiça, perfeita e infinita foi creditada na nossa
conta. “Aquele que não conheceu pecado, ele o fez pecado por nós; para que,
nele, fôssemos feitos justiça de Deus” (2Co 5.21). Que salvador maravilhoso nós temos.
Tetelestai. A conta foi paga, o débito foi quitado, a dívida foi cancelada!
A missão na
qual Deus enviou Seu Filho ao mundo estava agora acabada. A tarefa divinamente
confiada a Ele estava cumprida. Jesus
veio a esta terra buscar e salvar o que se havia perdido (Lc 19.10). Na cruz
Jesus pagou o preço de nossa redenção. Tetelestai, está pago, os nossos
pecados foram cancelados de uma vez por todas. Está consumado. Está feito. Está
acabado. Não há nada que possamos fazer para aperfeiçoar esta maravilhosa obra.
Seria uma afronta ao sacrifício de Jesus Cristo nós querermos acrescentar
alguma coisa. Nada, absolutamente nada é deixado para o pecador acrescentar.
Obra nenhuma é requerida de nós como preço de nossa salvação.
Se a salvação
é uma obra consumada, então não ousamos acrescentar e nem remover nada da
mesma. Só existe um meio de salvação, é a fé pessoal na obra consumada de Jesus
Cristo, que deu a sua vida em resgate de muitos. Tudo que o pecador precisa
fazer é confiar e descansar na obra terminada de Jesus Cristo.
Em
consequência, se os meus pecados foram colocados sobre Cristo, logo eles não
estão sobre mim. Na cruz, todos aqueles que confiam em Cristo deixam o fardo do
pecado. Deus os apaga mediante o sacrifício de sangue de seu próprio Filho.
Confia em Deus, oh miserável pecador. Somente nele há vida. Somente nele há
escapatória da ira futura. Creia na obra consumada de Jesus. Pois ela é
perfeita, eterna e salvadora. Que Deus lhe conceda o arrependimento para a vida,
esta a minha petição.
Rikison
Moura, V. D. M
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