Havia uma associação de palhaços,
cujo um deles chamava-se Agenor. Depois de discordar de seus companheiros, ele
resolveu sair e fazer o seu próprio circo. Esse circo cresceu e se espalhou
pelo país.
Agenor veste-se de saco, às vezes
também usa uma coroa e é um palhaço muito barulhento. Ele soa a camisa para
“ganhar o pão”, mas como o circo é sua vida e seu negócio, ele não desperdiça
nada, aproveita o suor para jogar na platéia que polvorosa tenta pegar as
toalhinhas suadas.
O palhaço Agenor é aclamado pelo
povo que incauto não percebe os seus truques. Agenor é esforçado, faz quase
todas as tarefas do seu circo, pois além de palhaço, ele é malabarista e
ilusionista.
O Agenor agora resolveu inovar e
juntar o circo com a religião e transformou a igreja num circo ou o circo numa
igreja, não sei bem precisar.
Seus principais truques são o
“sopro do espírito”, “o cair no espírito”, “o paletó mágico”, “as profetadas” e
os “rodopios sem sentido”.
Vocês sabem o que tira o Agenor
do sério? Alguém que não vai com a cara do seu circo. Ele se enfurece quando
não dão crédito aos seus truques. Ele berra, ameaça, amaldiçoa e expulsa do seu
circo quem não gosta de suas palhaçadas, afinal, o circo é dele e lá ele manda.
De vez enquanto, ele convida
outros palhaços para animar a festança. Um dia desse ele trouxe o palhaço do
estrangeiro, chamado de “Bem Ruim”,
vocês conhecem? Aquele da unção do paletó e do sopro mágico!
Às más línguas comentam que no
circo do Agenor vão começar a cantar:
“Hoje tem palhaçada?”
Tem, sim sinhô.
Hoje tem profetada?
Tem, sim sinhô.
E o palhaço quem é?
É Agenor o lelé”
Rikison Moura
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