Durante a Reforma Protestante, os
anabatistas, também chamada de “ala radical da Reforma”, foram aqueles que se posicionaram
contra os reformadores e sua prática de batizar também as crianças. Aqui, quero
apenas mostrar o que os reformadores afirmaram em Confissão.
A Confissão Belga afirma:
Rejeitamos,
portanto, o erro dos anabatistas, que não se contentam com o batismo que uma
vez receberam e que, além disto, condenam o batismo dos filhos pequenos dos
crentes. Nós cremos, porém, que eles devem ser batizados e, com o sinal da
aliança, devem ser selados, assim como as crianças em Israel eram circuncidadas
com base nas mesmas promessas que foram feitas a nossos filhos. Cristo, de
fato, derramou seu sangue para lavar, igualmente, as crianças dos fiéis e os
adultos. Por isso, elas devem receber o sinal e o sacramento da obra que Cristo
fez para elas, como o Senhor, outrora, na lei, determinava que as crianças
participassem, pouco depois do seu nascimento, do sacramento do sofrimento e da
morte de Cristo, através da oferta de um cordeiro, que era um sacramento de
Jesus Cristo. Além disto, o batismo tem, para nossos filhos, o mesmo efeito que
a circuncisão tinha para o povo judeu. É por esta razão que o apóstolo Paulo
chama ao batismo: "a circuncisão de Cristo" (Colossenses 2:11).
[1]
O Catecismo de Heidelberg ensina:
Pergunta 74: As crianças pequenas devem ser batizadas?
Resposta: Sim. As crianças, assim como
os adultos, pertencem à aliança e à igreja de Deus. Através do sangue de Cristo
lhes são prometidos, da mesma forma que aos adultos, a redenção do pecado e o Espírito
Santo, que opera a fé. Assim as crianças, por meio do batismo como sinal da
aliança, devem ser enxertadas na igreja de Cristo e distinguidas dos filhos dos
incrédulos. Na velha aliança isso era feito pela circuncisão, que, na nova
aliança, foi substituída pela instituição do batismo.
A Confissão de Fé de Westminster afirma:
Não só os que de fato professam a sua fé
em Cristo e obediência a ele, mas também os filhos de pais crentes (ainda que
só um deles o seja) devem ser batizados. [2]
(Gn 17:7, 9; 10 com Gl 3:9, 14 e Cl 2:11-12 e At 2:38-39 e Rm 4:11-12;
1Co 7:14; Mt 28:19; Mc 10:13-16; Lc 18:15).
A
Segunda Confissão Helvética caminha
na mesma estrada reformada ao afirmar:
Condenamos
os anabatistas, que negam que as criancinhas recém-nascidas dos fiéis devam ser
batizadas. Mas, segundo o ensino evangélico, “dos tais é o Reino de Deus”, e as
mesmas se encontram na aliança de Deus. Por que, então, não deve o sinal da
aliança de Deus ser conferido a elas? Por que não devem aqueles que são
propriedade de Deus e estão na sua Igreja ser iniciados pelo santo batismo?
Condenamos os anabatistas em outras das suas doutrinas peculiares, que eles
sustentam em oposição à Palavra de Deus. Não somos, portanto, anabatistas e
nada temos em comum com eles. [3]
A Confissão de Fé Escocesa declara:
“Reconhecemos e
sustentamos que o batismo se aplica tanto aos filhos dos fiéis como aos fiéis
adultos, dotados de discernimento, e assim condenamos o erro dos Anabatistas,
que negam o batismo às crianças até que elas tenham compreensão e fé”. [4]
Por fim temos a
declaração da Confissão de Augsburgo,
documento da igreja luterana:
“Do batismo se ensina que é necessário e que por
ele se oferece graça; que também se devem batizar crianças, as quais, pelo
batismo, são entregues a Deus e a ele se tornam agradáveis.
Por essa razão se
rejeitam os anabatistas, os quais ensinam que o batismo infantil não é
correto”. [5]
Só para deixar claro,
o batismo infantil não é uma prática iniciada com a Reforma Protestante do
século XVI. Estou citando apenas o que os reformadores ensinaram em suas
confissões de fé. E ao sustentarem esta doutrina, eles estavam cientes de que o
seu ensino estava de acordo com a Escritura e o testemunho da maioria dos Pais
da Igreja. Essa matéria era quase unanimidade nos primeiros séculos da Igreja
de Cristo. Uma das maiores declarações foi feita por Orígenes (185-254 d. C),
esse disse que: “A Igreja recebeu dos Apóstolos a tradição de dar o batismo
também aos recém-nascidos”.
Além de Orígines,
temos Irineu de Lyon, Hipólito de Roma, Cipriano de Cartago, Gregório de
Nazianzo, João Crisóstomo, Agostinho de Hipona e outros que dão testemunho do
batismo infantil.
Calvino chega a
dizer que aqueles que disseminam entre o povo simples que o pedobatismo foi
desconhecido por muitos anos depois da ressurreição de Cristo, estes mentem
quanto a isso da forma mais baixa. Porque não há escritor, por mais antigo que
seja, que não se conte que este batismo teve origem já no tempo dos apóstolos. [6]
Que Deus abençoe os irmãos.
Rikison Moura.
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