terça-feira, 15 de setembro de 2015

TOMBANDO EM MEIO A QUIETUDE

A Bíblia declara em termos enfáticos que os cristãos foram libertos das trevas e transportados para o Reino do Filho do seu amor (Cl 1.13), recebendo assim uma nova vida (2Co 5.17), mas a mesma Bíblia também declara que essa nova vida do cristão não deve ser uma vida marcada pela indiferença, negligência, acomodação e excessivo conforto.
O apóstolo Pedro nos convoca para uma vida de contínua vigilância. Ele escreveu: “Sede sóbrios e vigilantes. O diabo, vosso adversário, anda em derredor, como leão que ruge procurando alguém para devorar” (1Pe 5.8).

O puritano Richard Baxter faz essa solene advertência:
“Cuidado, pois, irmãos, porquanto o inimigo os espreita de maneira especial. Vocês receberão as suas insinuações mais sutis, a sua incessante atenção, as suas investidas mais violentas. Por mais sábios e instruídos que vocês sejam, cuidem-se para que ele não lhes leve vantagem. O diabo é muito maior erudito que vocês. É um polemista muito mais poderoso. Ele pode transformar-se num anjo de luz para nos enganar. Ele pode lográ-los em sua ingenuidade ou fé, antes de vocês perceberem o que lhes aconteceu. A isca, pois, que ele usa é sempre própria para o temperamento e a disposição de caráter de cada um de vocês. Dessa maneira, ele sempre pode abusar de vocês”. [1]
Tenho aprendido a duras penas, que os momentos de quietude e tranquilidade são os momentos em que estamos mais suscetíveis aos ataques sorrateiros de Satanás. Não somente a minha experiência o tem comprovado, mas de outros irmãos.
Muitos líderes têm tombado, não no ardor da pregação, mas no silêncio do seu gabinete pastoral. Quando você se encontra no labor ministerial, pregando, ensinando, escrevendo, você entra de modo mais constante na presença do Senhor, buscando a sua graça, misericórdia e poder. Porém, quando você se encontra na tranquilidade, você se acha no direito de ensarilhar as armas. Afinal de contas, não há nenhum inimigo à vista. Por isso, a oração já não é constante, a leitura da Escritura é vaga. Sua mente não está alerta. Fixa em Deus.
Assim como Davi, que ao invés de estar na guerra, se encontra andando de um lado para o outro, distraído, demonstrando tranquilidade, enquanto as setas malignas estão prestes a acerta-lhe, muitos cristãos se acomodam e não desfrutam dos meios de graça disponíveis para ele.
“Vigiai e orai para que não entreis em tentação”, disse Jesus (Mt 26.41). Mesmo sendo homens de Deus, precisamos reconhecer que não somos super-homens. A fraqueza humana está presente em nós. E o nosso inimigo as conhece muito bem. Por isso, devemos sempre clamar, dia após dia, pela misericórdia de Deus. Vivendo uma vida vigilante, piedosa e equilibrada. Seja no labor ou na quietude, estejamos sempre vigilantes.
Rikison Moura.          



[1] O Pastor Aprovado (PES), PP. 70,71.

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