sexta-feira, 21 de novembro de 2014

CONHECIDO PELO INFERNO

“A minha maior ambição na vida, disse Leonard Ravenhill, é estar na lista dos mais procurados do diabo”.
Nenhum homem que ouse dedicar-se inteiramente a Deus escapará incólume dos ataques infernais. O diabo não gosta de nenhum homem, menos ainda daqueles que destroçam o seu reino mediante a proclamação da Palavra de Deus e de uma vida em conformidade com Cristo.
Um dos homens mais ousados e destemidos da História sabia bem o que era isso. O Reformador Martinho Lutero sabia que ao proclamar à verdade atrairia sobre si a fúria de homens e demônios. Ele mesmo declarou:
 “Quando uma pessoa fala a verdade e age segundo ela, desperta ira e inimizade. Isso não é culpa daqueles que falam a verdade, mas dos que não querem ouvir a verdade. Ele deverá informar o mundo que isso consiste em viajar na larga estrada para o inferno e a morte eterna. Contudo, se assim fizer, ele enfurecerá o mundo e ficará o diabo no seu pescoço”.

Em outra ocasião, Lutero declarou: “Estão agarrados ao meu pescoço o Papa, as universidades, todos os profundamente cultos, e o diabo”.
Mesmo sendo implacavelmente perseguido, esse mensageiro singular da graça de Deus entendia que Deus é vitorioso contra todas as forças malignas e sem desanimar declarou:
“Ainda que todos os demônios, o mundo, nossos vizinhos e nosso próprio povo sejam hostis para conosco, nos insultem e difamem, nos firam e atormentem, deveremos considerar isso nada mais que jogar uma pá cheia de esterco à vinha, a fim de bem fertilizá-la, podando os indômitos galhos inúteis e removendo um pouco das folhagens excessivas que impedem o crescimento”.
Hoje entristeço-me ao ver pregadores frouxos que temem em denunciar o pecado. Cantores evangélicos divertindo os ímpios com suas pobres canções. Dividindo o mesmo palco, fazendo coro com católicos romanos e sendo aplaudidos pelos mesmos. Olhem para trás e vejam se essa mesma igreja aplaudiu John Huss? Será que aplaudiram Calvino, ou apoiaram Lutero ou Savonarola? É claro que não! Esses homens procuraram se posicionar, sem reservas, em favor da verdade de Deus e fazendo isso colocaram-se frontalmente contra todas as hostes infernais. Mas hoje, queremos ser aceitos, nem que para conseguirmos esse intento, sacrifiquemos à verdade.
Mais uma vez preciso citar a determinação de Lutero: “Onde estiver envolvida a Palavra de Deus, não podereis esperar amizade ou amor que tenha por vós, que me persuada a fazer algo contra isso, ainda que fôsseis o amigo mais próximo e querido. Eu vos servirei com disposição, mas não para ajudar-vos a derrubar a Palavra de Deus. Nesse propósito jamais podereis me persuadir a dar-vos um copo d’água. Aos inimigos de Deus terei de ser também inimigo, para que eu não junte a eles forças contra Deus”.
O clamor de Leonard Ravenhill é pertinente para essa geração de pregadores e cantores insípidos:
“Que Deus nos envie profetas, homens destemidos que clamem em alta voz e não poupem ninguém, que abalem nações com lamentos ungidos, que sejam fervorosos quase a ponto de se tornarem insuportáveis, duros a ponto de ser difícil ouvi-los, e descomprometidos a ponto de sofrerem perseguição”. [1]
Se Gideão derrubar os postes-ídolos de Baal o inferno se levantará com fúria pertinaz. Se João Batista, ousadamente denunciar os pecados de um monarca imoral, cabeças irão rolar. O pregador Joseph Parker declarou: “Aquele que prega arrependimento está-se colocando contra este século, e enquanto insistir nisso será impiedosamente atacado pela geração cuja fraqueza moral aponta. Para tal tipo de pessoa só existe um fim: “Sua cabeça vai rolar!” É melhor ninguém começar a pregar arrependimento enquanto não confiar sua cabeça ao céu”.
Que o inferno ruja e os demônios enfurecidos bradem: “... Eu sei quem é Paulo...” (At 19.15). Em seu testamento Lutero escreveu: “Sou bastante conhecido pelo céu e pelo inferno”. Será que o inferno também lhe conhece?
 É melhor vivermos seis meses com o coração em chamas, apontando o pecado deste mundo, seja em que lugar for, e conclamando o povo a libertar-se do poder de Satanás e se voltar para Deus (como fez João Batista), do que morrer cercado de honrarias eclesiásticas e de doutorados em teologia, para se tornar motivo de riso no inferno, para os espíritos das trevas.[2]
Rikison Moura, V. D. M



[1] Por que Tarda o Pleno Avivamento? (Betânia), pp.96,97
[2] Idem

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