“A minha
maior ambição na vida, disse Leonard Ravenhill, é estar na lista dos mais
procurados do diabo”.
Nenhum
homem que ouse dedicar-se inteiramente a Deus escapará incólume dos ataques
infernais. O diabo não gosta de nenhum homem, menos ainda daqueles que
destroçam o seu reino mediante a proclamação da Palavra de Deus e de uma vida
em conformidade com Cristo.
Um dos
homens mais ousados e destemidos da História sabia bem o que era isso. O
Reformador Martinho Lutero sabia que ao proclamar à verdade atrairia sobre si a
fúria de homens e demônios. Ele mesmo declarou:
“Quando uma
pessoa fala a verdade e age segundo ela, desperta ira e inimizade. Isso não é
culpa daqueles que falam a verdade, mas dos que não querem ouvir a verdade. Ele
deverá informar o mundo que isso consiste em viajar na larga estrada para o
inferno e a morte eterna. Contudo, se assim fizer, ele enfurecerá o mundo e
ficará o diabo no seu pescoço”.
Em outra
ocasião, Lutero declarou: “Estão
agarrados ao meu pescoço o Papa, as universidades, todos os profundamente
cultos, e o diabo”.
Mesmo sendo
implacavelmente perseguido, esse mensageiro singular da graça de Deus entendia
que Deus é vitorioso contra todas as forças malignas e sem desanimar declarou:
“Ainda que todos os demônios, o mundo, nossos vizinhos
e nosso próprio povo sejam hostis para conosco, nos insultem e difamem, nos
firam e atormentem, deveremos considerar isso nada mais que jogar uma pá cheia
de esterco à vinha, a fim de bem fertilizá-la, podando os indômitos galhos
inúteis e removendo um pouco das folhagens excessivas que impedem o
crescimento”.
Hoje
entristeço-me ao ver pregadores frouxos que temem em denunciar o pecado. Cantores
evangélicos divertindo os ímpios com suas pobres canções. Dividindo o mesmo palco,
fazendo coro com católicos romanos e sendo aplaudidos pelos mesmos. Olhem para
trás e vejam se essa mesma igreja aplaudiu John Huss? Será que aplaudiram
Calvino, ou apoiaram Lutero ou Savonarola? É claro que não! Esses homens
procuraram se posicionar, sem reservas, em favor da verdade de Deus e fazendo
isso colocaram-se frontalmente contra todas as hostes infernais. Mas hoje,
queremos ser aceitos, nem que para conseguirmos esse intento, sacrifiquemos à
verdade.
Mais uma
vez preciso citar a determinação de Lutero: “Onde
estiver envolvida a Palavra de Deus, não podereis esperar amizade ou amor que
tenha por vós, que me persuada a fazer algo contra isso, ainda que fôsseis o
amigo mais próximo e querido. Eu vos servirei com disposição, mas não para
ajudar-vos a derrubar a Palavra de Deus. Nesse propósito jamais podereis me
persuadir a dar-vos um copo d’água. Aos inimigos de Deus terei de ser também
inimigo, para que eu não junte a eles forças contra Deus”.
O clamor de
Leonard Ravenhill é pertinente para essa geração de pregadores e cantores
insípidos:
“Que Deus
nos envie profetas, homens destemidos que clamem em alta voz e não poupem
ninguém, que abalem nações com lamentos ungidos, que sejam fervorosos quase a
ponto de se tornarem insuportáveis, duros a ponto de ser difícil ouvi-los, e
descomprometidos a ponto de sofrerem perseguição”. [1]
Se Gideão
derrubar os postes-ídolos de Baal o inferno se levantará com fúria pertinaz. Se
João Batista, ousadamente denunciar os pecados de um monarca imoral, cabeças
irão rolar. O pregador Joseph Parker declarou: “Aquele que prega arrependimento
está-se colocando contra este século, e enquanto insistir nisso será
impiedosamente atacado pela geração cuja fraqueza moral aponta. Para tal tipo
de pessoa só existe um fim: “Sua cabeça vai rolar!” É melhor ninguém começar a
pregar arrependimento enquanto não confiar sua cabeça ao céu”.
Que o
inferno ruja e os demônios enfurecidos bradem: “... Eu sei quem é Paulo...” (At 19.15). Em seu testamento Lutero
escreveu: “Sou bastante conhecido pelo céu e pelo inferno”. Será que o inferno
também lhe conhece?
É melhor vivermos seis meses com o coração em
chamas, apontando o pecado deste mundo, seja em que lugar for, e conclamando o
povo a libertar-se do poder de Satanás e se voltar para Deus (como fez João
Batista), do que morrer cercado de honrarias eclesiásticas e de doutorados em
teologia, para se tornar motivo de riso no inferno, para os espíritos das
trevas.[2]
Rikison
Moura, V. D. M
Aleluia
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