quinta-feira, 30 de março de 2017

MANASSÉS, SALVO PELA GRAÇA (2Cr 33.1-20)

O pastor presbiteriano, James M. Boice (1938-2000), tem um poema cuja uma de suas estrofes diz:
Eu já fui rebelde, corrompido pelo pecado,
O caminho obscuro do Diabo eu buscava,
Ignorante, morto e sem reconhecer meu estado,
Como objeto da ira terrível de Deus eu andava”

Assim era a vida de Manassés, o rei de Judá. Um homem que viveu por muito tempo andando na contramão da vontade de Deus. Um homem que viveu mergulhado nos mais aviltantes pecados. Numa rebeldia ativa contra Deus: Prosseguiu em fazer o que era mau perante o SENHOR, para o provocar à ira” (2Cr 33.6). E a ira de Deus, conforme nos ensina Paulo, se revela do céu contra toda a impiedade e perversão dos homens, que detém a verdade pela injustiça (Rm 1.18).

Podemos dividir a vida de Manassés em três partes principais: Pecado, prisão e arrependimento.


1. PECADO: “Regras foram feitas para serem quebradas”, este poderia ser o slogan de Manassés. Tudo que a lei de Deus proibia, Manassés ignorou e posicionou-se contrário aos claros mandamentos de Deus. Uma rápida comparação entre Deuteronômio 18.9-14 com 2Crônicas 33.2,6 e isso é evidenciado. Vejamos:

...Não aprenderás a fazer conforme as abominações daqueles povos” (18.9); “Fez o que era mau perante o SENHOR, segundo as abominações dos gentios que o SENHOR expulsara de suas possessões de diante dos filhos de Israel (33.2). “Não se achará entre ti quem faça passar pelo fogo o seu filho ou sua filha” (v.10); “queimou seus filhos como oferta no vale do filho de Hinom” (33.6); “nem adivinhador” (v.10); “adivinhava pelas nuvens” (33.6); “nem prognosticador, nem agoureiro, nem feiticeiro; nem encantador, nem necromante, nem mágico, nem quem consulte os mortos” (v.10); “era agoureiro, praticava feitiçarias, tratava com necromantes e feiticeiros” (33.6).

Manassés desprezou a tudo o que seu pai havia realizado. Ele reverteu as reformas religiosas efetuadas pelo seu pai, o rei Ezequias. (comp. 2Rs 18.4; 2Cr 33.3). Manassés oficializou o culto a Baal em Judá, assim como Acabe havia feito em Israel. Idolatria e politeísmo faziam parte de sua vida: “e se prostrou diante de todo o exército dos céus, e os serviu” (v.3).

Ele profanou a Casa do SENHOR enchendo-a de ídolos feitos pelas mãos humanas (v.4,5,7), Honrou as divindades pagãs colocando-as em pé de igualdade com o Deus Todo- poderoso. Para Manassés, Jeová era um “deus” dentre muitos outros. Em seu panteão de divindades, todos estavam juntos.

Manassés também era um assassino: “Manassés derramou muitíssimo sangue inocente, até encher Jerusalém de um ao outro extremo...” (2Rs 21.16). Certamente pessoas piedosas que se recusavam a adorar falsas divindades foram perseguidas pelo rei.

O rei também estava profundamente envolvido com práticas de ocultismo. O relato bíblico diz que ele praticava adivinhação, era agoureiro e feiticeiro (v.6). Estas coisas eram proibidas na lei de Deus (Lv 19.31).

2. PRISÃO: (33.10,11). Deus falou a Manassés a ao povo, mas eles não deram ouvidos. Então, Deus intervém diretamente na situação. “O SENHOR trouxe sobre eles os príncipes do exército do rei da Assíria, os quais o prenderam com ganchos, amarraram-no com cadeias e o levaram à Babilônia”.

3. CONVERSÃO: (33.12,13). Em meio ao sofrimento, Manassés angustiado suplica o perdão de Deus. Ele se humilha, ele ora ao SENHOR que lhe atende a sua súplica e o faz voltar ao seu reino.

Na salvação de cada pecador vemos o exercício da soberania divina. É Deus quem traz o exército assírio contra Manassés para prendê-lo e humilhá-lo, mas também é Deus que atende a oração, as súplicas de um coração arrependido e o faz retornar ao seu reino. Uma profunda demonstração da graça de Deus, na conversão de Manassés.

Os frutos do arrependimento (vv, 14-17).

Depois disto”, ou seja, depois de sua conversão e retorno a Jerusalém, Manassés demonstra frutos dignos de arrependimento. A sua conversão era real. Transformadora. Ele tenta reparar o mal que havia feito efetuando algumas reformas. Ele tirou da Casa do SENHOR os deuses estranhos, restaurou o altar do SENHOR e ofereceu ofertas pacíficas e de ações de graças. Deus perdoou Manassés, mas as conseqüências das suas ações na vida da nação foram grandiosas e desastrosas (cf. Jr 15.1-4).

Ainda assim, Deus nos ensina uma grande lição através da vida de Manassés. O pecado é terrível e nos leva a fazer coisas monstruosas; somente Deus pode tratar com nosso pecado e nos restaurar para uma nova vida. Se a graça de Deus alcançou um homem tão perverso como Manassés, então não tenhamos dúvidas, de que Deus pode vencer a obstinação do mais vil pecador, pois graça de Deus é invencível!

Pb. Rikison Moura.



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