terça-feira, 3 de maio de 2016

MÚSICA EVANGÉLICA CONTEMPORÂNEA: LOUVOR A DEUS OU MERO ENTRETENIMENTO HUMANO?



Não é de hoje que a música evangélica vem enfrentando uma grande crise. Uma crise de qualidade, de biblicidade, até mesmo uma crise de identidade. Um dos motivos, acredito eu, é o fato de que, a música evangélica brasileira, em sua grande maioria, abandonou a Palavra de Deus e passou a ser norteada pela filosofia do marketing.  E o objetivo de todo o marketing é deixar o produtor e o consumidor satisfeitos. E tudo que não alcança esse objetivo, ou seja, que não agrada precisa ser jogado fora. Numa rápida olhada, podemos perceber que a música evangélica norteada pelo marketing apresenta os seguintes problemas:

1. Antropocentrismo. O homem tem sido o centro e a medida de todas as coisas. São os seus sonhos, o seu potencial, a sua vontade, a sua determinação. É a supervalorização do ser humano. De modo, que as músicas parecem terem sido inspiradas em consultórios ou em palestras motivacionais.
A música intitulada os sonhos de Deus, de Ludmila Ferber nos mostra todo o antropocentrismo da música gospel: “Se tentaram matar os teus sonhos, sufocando o teu coração; se lançaram você numa cova e ferido perdeu a visão. Não desista; não pare de crer; os sonhos de Deus jamais vão morrer. Não desista; não pare de lutar; não pare de adorar. Levanta teus olhos e vê; Deus está restaurando os teus sonhos; e a tua visão. Recebe a cura; recebe a unção; unção de ousadia; unção de conquista; unção de multiplicação”.
Além do antropocentrismo latente na canção acima mencionada, ainda vemos umas “unções” estranhas. Sinceramente, e com muita tristeza, confesso que não vejo muita diferença entre muitas músicas ditas evangélicas daquela música da Xuxa que dizia: “Tudo que eu quiser, o cara lá de cima vai me dar”.
2. Midiática/mercadológica. Infelizmente, a grande verdade, é que boa parte da música evangélica contemporânea mostra mais interesse no entretenimento das pessoas do que na glória de Deus. As músicas são pensadas primeiramente no lucro do que na exaltação do nome do SENHOR.
O “mercado gospel” está em franca expansão. As coisas estão indo tão bem, financeiramente falando, que tem atraído produtores e cantores não evangélicos, pois ali eles encontram a oportunidade que o mercado lhe oferece para ganhar dinheiro. Eles não sabem nada de Bíblia, mas conhecem muito bem o gosto do freguês!
3. Teologia rasa. Uma vez que a música norteada pelo marketing é feita com o claro objetivo de vender, as pessoas que as produzem e cantam não estão preocupados com letras realmente bíblicas. E muitas dessas músicas até contradizem importantes postulados bíblicos.
4. Sem nenhuma consciência de pecado. A filosofia do marketing tira a ofensividade do evangelho. É por isso que dificilmente, ouvimos canções sobre pecado, arrependimento, renúncia, cruz, ressurreição, condenação, o negar-se a si mesmo. O marketing não tem compromisso com a verdade. Ele busca apenas resultados, é por isso que os cantores que abraçam o marketing, invariavelmente, abandonam os grandes temas da Escritura.
Se quisermos ver uma guinada para o bem da música evangélica, o marketing precisa ser abandonado e a Escritura estudada, a fim de que, Deus seja a inspiração para os nossos cânticos e o Seu Nome seja exaltado.
Rikison Moura.  

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