sexta-feira, 12 de fevereiro de 2016

PASTORES NÃO SÃO SUPER-HOMENS

Era uma sexta-feira à noite, os irmãos se reuniram na igreja para o momento da oração. Naquela noite, o pastor chegou um pouco abatido, era perceptível em seu semblante que as coisas não estavam bem. Tudo corria como o costumeiro. Oração inicial, alguns hinos, leitura da palavra, e depois os irmãos apresentaram os seus pedidos de oração; pediam oração por projetos, curas, por filhos afastados da igreja, também pediam que Deus amansasse um marido ranzinza que queria proibir a irmã de vir à igreja, etc.

Mas as coisas mudaram de figura quando o pastor disse: “Irmãos, eu estou passando por uma crise muito grande, tão grande que estou a ponto de desfalecer. Preciso que os irmãos estejam orando por mim, intercedendo à Deus, para que ele derrame sobre mim a sua misericórdia”.
Ao findar as orações, alguns irmãos cochichavam nos corredores da igreja. “Você viu, o pastor pedindo oração? Como isso é possível, afinal de contas ele é pastor! “.
Essa é uma história fictícia, mas que reflete a concepção de alguns crentes, que imaginam que o pastor é uma espécie de semideus, de alguém que vai no céu toda manhã e fala com Jesus face a face, alguém que sempre tem a palavra certa, que nunca anda desanimado. Tem sempre com um sorriso no rosto, um semblante jovial e varonil.
Embora alguns tentem transparecer que são e alguns crentes achem que eles são, a grande verdade é que pastores não são super-homens. Precisamos entender isso. Pastores ficam doentes, enlutados, estressados, desanimados, tem crises das mais diversas que alguém possa imaginar.
Pastores precisam lutar, como qualquer um de nós, contra a carne, o mundo, e o diabo. Precisam lutar contra a tendência de transformar o evangelho em um mero fator motivacional. Ele tem que enfrentar a tentação de não mercadejar a Palavra de Deus.
Ele precisa ter cautela diante dos elogios exagerados e não desanimar diante das críticas injustas. Tem de edificar as ovelhas e afugentar os lobos devoradores. Precisa ter cautela mesmo na aparente tranquilidade do gabinete pastoral.
Ele precisa estudar com afinco a Palavra de Deus. Não podendo se acomodar e ser vencido pela preguiça mental. Ele precisa comunicar ao povo todo o conselho de Deus. Ter consciência de que ele dará contas a Deus pelas almas confiadas aos seus cuidados (Hb 13.17).
Ele visita doentes, tenta apaziguar conflitos familiares, prega semanalmente, visita congregações, além de todo o trabalho eclesiástico, ainda tem a sua família que necessita de sua presença, cuidado, carinho e supervisão.
Por isso, pastores precisam sim da oração dos irmãos. Orações sinceras. De um povo que sofre com e pelo seu líder. Não fique apenas criticando, mas ore pelo seu pastor para que Deus lhe conceda porção dobrada de sua graça e misericórdia.
Verdadeiros pastores são homens de Deus, mas não são super-homens. Eles são homens de Deus, mas ainda são homens.
Rikison Moura.

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