Para muitos cristãos, Judas
Iscariotes é um claro exemplo de que o salvo pode sim perder a sua salvação.
Afinal de contas, dizem eles, Judas era apóstolo de Jesus Cristo, ouviu os
ensinamentos de Cristo, esteve envolvido no ministério apostólico, era uma
espécie de tesoureiro do grupo apostólico e participou de várias atividades
ordenadas pelo Mestre.
Aparentemente, todas estas coisas
listadas acima parecem não deixar margem para que duvidemos que Judas era, de
fato, um verdadeiro seguidor de Jesus Cristo. Porém, ao observarmos mais
atentamente, podemos perceber que Judas não era crente e sim incrédulo e
dissimulado. Ele desempenhava tão bem o seu papel de hipócrita que os seus
companheiros não suspeitavam dele.
Certa feita, o apóstolo Pedro
falando em nome dos apóstolos, inclusive de Judas, declarou: “...nós
temos crido e conhecido que tu és o Santo de Deus”. Mas Jesus sabia que
Judas era um hipócrita. Jesus sabia quem cria e quem o havia de trair (Jo 6. 64,
70,71).
Conforme os eventos avançam, o
caráter maligno de Judas vai se evidenciando cada vez mais. Judas não era
apenas incrédulo, mas manifestava a sua maldade roubando dinheiro que se
lançava na bolsa. Era um oportunista, avarento, ladrão e mercenário, conforme
deixa claro o texto de João 12.4-6.
Judas não perdeu a salvação, pois
ele nunca a possuiu. Judas nunca foi salvo. Jamais foi um filho de Deus, senão
o filho da perdição (Jo 17.12; 18.9). Jesus disse que não perdeu nenhum
daqueles que o Pai lhe deu, logo, Judas nunca fora salvo, se fosse teria sido
guardado por Jesus. O próprio Cristo deixou claro que nem todos estavam limpos,
e esse que não era limpo era exatamente Judas Iscariotes (Jo 13.10,11; cf. Jo
15.3).
A maioria esmagadora dos cristãos
afirmam que o diabo não pode possuir um verdadeiro cristão. Ele pode
atormentar, lançar dúvidas, tentar, mas não possuir. Mas Judas foi literalmente
possuído pelo próprio Satanás (Lc 22.3; Jo 13.27).
O fim da carreira de Judas mostra
que ele não confiava em Deus. Judas era um homem endurecido, capaz de sentir
remorso, ou seja, aquilo que Paulo chama de “tristeza segundo o mundo que só
produz morte”, porém, Judas não foi alvo da “tristeza segundo Deus que produz
arrependimento para a salvação” (2Co 7.10). Uma vez que em seu coração não
havia nenhuma disposição para o arrependimento, ele dominado pelo remorso
suicidou-se (Mt 27.3-5).
Assim, Judas não é um exemplo de
um crente que perde a salvação, mas de um homem falso, que no final foi
desmascarado. Se Judas pertencesse a Cristo e mesmo assim se perdesse, Cristo
seria um fracasso, mas a perdição de Judas prova que ele não pertencia a
Cristo, pois aqueles que pertencem a Ele foram guardados e protegidos e nenhum
deles jamais se perdeu (Jo 17.12; cf. Jo 10.27,28).
Rikison Moura.
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