quinta-feira, 20 de agosto de 2015

LUTERO E O POLITICAMENTE CORRETO.

O homem que é salvo pela Palavra de Deus, não pode mais viver sem proclamá-la. Ele tem que falar da maneira mais cristalina possível, ainda que ao fazer isso agite de maneira furiosa o inferno e traga sobre sua própria vida o perigo iminente da morte. Assim era Lutero.
Quando lemos a sua história, achamos que ele é ríspido, austero, politicamente incorreto. Ele não era um “caniço agitado pelo vento”. Ele não era adepto do evangelho encaramelado. Ele não estava disposto a esconder a verdade, a fim de agradar as pessoas.  
Quando o Espírito Santo iluminou a sua mente e o levou à conversão, ele ousou tornar pública a sua redescoberta teológica – o justo viverá pela fé, desafiando a todos para um retorno sincero e radical ao evangelho da graça de Deus.


Quando pressionado por seus acusadores a retratar-se e abrir mão de suas convicções, ele disse abertamente:
“A não ser que eu seja convencido pela Escritura e pela pura razão – não aceito a autoridade dos papas e concílios, uma vez que eles se contradisseram entre si – minha consciência é cativa à Palavra de Deus. ... Deus me ajude! Esta é a minha posição”.
Ao fazer isso, Lutero expunha a sua própria cabeça. Era assinar sua própria condenação. E isso teria acontecido, se Deus não tivesse guardado pela Sua divina providência. 
Quando João Tetzel apareceu pregando as indulgências, arrancando de forma descarada o dinheiro do povo, grande parte do povo ficou indignada, mas quem ousou contestá-lo? Lá estava novamente o ousado e destemido Lutero. Afirmando que Tetzel era “servo do papa e do diabo”. E ainda declarou: “Como ele veio entre nós abusando da credulidade do povo, eu não poderia me abster de protestar contra ele, me opondo à sua carreira odiosa”.
Quando os papistas vieram com as suas artimanhas, Lutero os denunciou como: “cães, porcos e asnos”. Muitos hoje em dia ao ouvirem essas declarações se assustam, pois fomos dominados pelo espírito do “politicamente correto”, daquele espírito que diz que nossa opinião deve agradar a maioria e que não é cristão baixar ao nível de Lutero.
Mas o evangelho não é politicamente correto, ele chama a todos os seus seguidores a não se conformarem com o sistema mundano (Rm 12.2). Os escritores sacros não trataram com menos firmeza e veemência os inimigos do evangelho. Não foi o próprio Cristo quem chamou os líderes espirituais da nação judaica de cegos, hipócritas, sepulcros caiados e filhos do diabo? (Cf. Mt 23. 14,16, 27; Jo 8.44). Paulo chamou os adversários do evangelho de cães, maus obreiros, falsa circuncisão e inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.2,18).
A dureza de Cristo, dos apóstolos e reformadores era justa, pois a heresia é a arma satânica destruidora de almas. Mas enquanto estivermos dominados pelo politicamente correto, seguiremos a opinião da maioria, que via de regra destoa dos postulados bíblicos. Que Deus nos ajude a sermos cristãos mais interessados no que diz a Bíblia do que sermos politicamente corretos.
Rikison Moura.


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