O homem que é salvo pela Palavra
de Deus, não pode mais viver sem proclamá-la. Ele tem que falar da maneira mais
cristalina possível, ainda que ao fazer isso agite de maneira furiosa o inferno
e traga sobre sua própria vida o perigo iminente da morte. Assim era Lutero.
Quando lemos a sua história, achamos
que ele é ríspido, austero, politicamente incorreto. Ele não era um “caniço
agitado pelo vento”. Ele não era adepto do evangelho
encaramelado. Ele não estava disposto a esconder a verdade, a fim de
agradar as pessoas.
Quando o Espírito Santo iluminou
a sua mente e o levou à conversão, ele ousou tornar pública a sua redescoberta
teológica – o justo viverá pela fé,
desafiando a todos para um retorno sincero e radical ao evangelho da graça de
Deus.
Quando pressionado por seus
acusadores a retratar-se e abrir mão de suas convicções, ele disse abertamente:
“A não ser que eu seja convencido pela Escritura e pela pura razão –
não aceito a autoridade dos papas e concílios, uma vez que eles se
contradisseram entre si – minha consciência é cativa à Palavra de Deus. ...
Deus me ajude! Esta é a minha posição”.
Ao fazer isso, Lutero expunha a
sua própria cabeça. Era assinar sua própria condenação. E isso teria
acontecido, se Deus não tivesse guardado pela Sua divina providência.
Quando João Tetzel apareceu
pregando as indulgências, arrancando de forma descarada o dinheiro do povo,
grande parte do povo ficou indignada, mas quem ousou contestá-lo? Lá estava
novamente o ousado e destemido Lutero. Afirmando que Tetzel era “servo do papa e do diabo”. E ainda
declarou: “Como ele veio entre nós
abusando da credulidade do povo, eu não poderia me abster de protestar contra
ele, me opondo à sua carreira odiosa”.
Quando os papistas vieram com as
suas artimanhas, Lutero os denunciou como: “cães, porcos e asnos”. Muitos hoje
em dia ao ouvirem essas declarações se assustam, pois fomos dominados pelo
espírito do “politicamente correto”, daquele espírito que diz que nossa opinião
deve agradar a maioria e que não é cristão baixar ao nível de Lutero.
Mas o evangelho não é
politicamente correto, ele chama a todos os seus seguidores a não se
conformarem com o sistema mundano (Rm 12.2). Os escritores sacros não trataram
com menos firmeza e veemência os inimigos do evangelho. Não foi o próprio
Cristo quem chamou os líderes espirituais da nação judaica de cegos,
hipócritas, sepulcros caiados e filhos do diabo? (Cf. Mt 23. 14,16, 27; Jo
8.44). Paulo chamou os adversários do evangelho de cães, maus obreiros, falsa
circuncisão e inimigos da cruz de Cristo (Fp 3.2,18).
A dureza de Cristo, dos apóstolos
e reformadores era justa, pois a heresia é a arma satânica destruidora de
almas. Mas enquanto estivermos dominados pelo politicamente correto, seguiremos
a opinião da maioria, que via de regra destoa dos postulados bíblicos. Que Deus
nos ajude a sermos cristãos mais interessados no que diz a Bíblia do que sermos
politicamente corretos.
Rikison Moura.
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