segunda-feira, 12 de maio de 2014

NÃO DESPREZE OS PEQUENOS COMEÇOS.


Há uma profunda inquietação de pessoas clamando por uma nova Reforma. Muitos estão descontentes da maneira como algumas coisas têm caminhando em nossas comunidades cristãs. Dentro desse escopo há opiniões diversas, métodos diferentes e atitudes também. As igrejas tradicionais têm recebido muitas pessoas vindas de outras denominações, principalmente de denominações pentecostais e neopentecostais. Um verdadeiro Êxodo tem ocorrido nesses últimos tempos. Essas pessoas começam a perceber que várias práticas que são defendidas a ferro e fogo pelos seus líderes não são capazes de passar ilesas de uma análise bíblica mais acurada. As chamadas “campanhas” se tornaram uma verdadeira febre em muitos lugares. Os nomes e a bases bíblicas que essas pessoas utilizam para justificarem essa prática são as mais absurdas. È a campanha portas abertas; derrubando muralhas; quebrando maldições; campanha dos vasos, etc. Parece não haver limites para a criatividade humana!. E o que me admira é que algumas pessoas, eu disse algumas pessoas? Multidões de pessoas correm desenfreadamente para esses lugares, como se isso fosse o suprassumo da verdade. Por que esses líderes, especializados em campanhas, não realizam uma campanha pela santificação do seu povo? Ou uma campanha onde o foco seja o arrependimento e a confissão de pecados? A resposta para essas questões é a seguinte: eles não fazem isso porque não dá ibope. Não dá audiência. Não é popular. Na verdade esses homens inescrupulosos não tratam do pecado. Abandonaram a doutrina do pecado. Não somente esta, mas várias outras doutrinas, pois, repito, isso não é popular.
Criaram um evangelho ao gosto do freguês. Os bancos têm mandado nos púlpitos. E alguns membros dessas comunidades ao descobrirem essas verdadeiras anomalias tem tomando algumas destas atitudes:
1.      Ficado quieto, pois o pastor é um homem poderoso e eu temo o que possa acontecer comigo.
Algumas comunidades fazem uma verdadeira lavagem cerebral em seus membros. Nesses lugares os pastores são vistos como semideuses que tem a capacidade de fulminar meros mortais quando bem entender. Usam e abusam de sua autoridade pastoral. Estão acima do bem e do mal. São inquestionáveis. Infalíveis. Assemelham-se mais a papas do que simples pastores. Colocam-se como donos da igreja. São verdadeiros coronéis com poder de vida e de morte sobre os seus membros. Jargões são empregados e estórias medonhas são disseminadas a fim de causar terror nas pessoas. Eles dizem: “Ai daquele que se levanta para questionar um pastor”. “Cuidado com a mão de Deus; Ele vai pesar a mão contra você”. Isso é ameaça. Isso é coação e não pastoreio. Um dia ouvi um pastor que estava sendo questionado acerca de determinadas práticas que ele havia fazendo e para afugentar os seus críticos, no púlpito ele disparou: “Cuidado quando forem questionar um pastor. Ele é ungido de Deus. Um dia uma mulher questionou o seu pastor e ao chegar em casa começou a chorar sangue. Vocês sabem o que foi isso? Foi a mão de Deus pesando sobre ela!”. Não falo como teórico. Não estou pegando aqui coisas de segunda mão. Não estou falando daqueles casos em que fulano contou para sicrano que contou para mim. Não. De jeito nenhum. Estou falando de coisas que vi, ouvi e vivi.
2.      Saindo abruptamente, sem tentar realizar alguma mudança onde estão.
Vejo que alguns têm confundido aberrações teológicas com questões secundárias como forma de batismo, dízimo etc. Não creio que discordar da forma de batismo, por exemplo, seja uma razão justa para alguém sair de uma igreja e ir para outra. Alguns ficaram tão mal acostumados que a filosofia de vida deles é a seguinte: se não concordo, saio! Lá naquela igreja têm dízimo, eu não concordo, saio!  Não concordo com aquela forma de batismo, saio. O som lá é muito ruim. Tem crianças transitando na hora do culto. Não gostei da cara dos irmãos, saio. Quando assumimos tal postura nos tornamos verdadeiros macacos inquietos, pulando de galho em galho, de igreja em igreja, de doutrina em doutrina ad infinitum. Acho que tais pessoas não querem uma reforma, pois se quisessem lutariam onde estão para tentarem mudar as coisas. Não basta apenas diagnosticar a doença, é preciso receitar o remédio. O conselho que eu daria para as pessoas que estão inseridas em comunidades que praticamente abandonaram as Sagradas Escrituras é que chamem as suas lideranças para um debate. Não existe remédio novo para velhas doenças. Volte-se para as Escrituras. Converse com os seus líderes. Conte a eles quais são as suas inquietações. Quais são as áreas que necessitam urgentemente de mudanças. Mostre para a sua liderança, com base na Palavra de Deus, que eles estão agindo de maneira errada. Confronte as práticas de sua denominação com a Palavra de Deus. Nós não dizemos aos quatro ventos que a Bíblia é a nossa única regra de fé e prática? Pois bem, vamos praticar aquilo que ela nos ensina!
Quando Martinho Lutero, no século 16, redescobriu a verdade bendita da justificação pela fé, e igualmente percebeu o comércio vergonhoso que a igreja católica fazia em nome de Deus, ele procurou promover mudanças onde ele estava. Ao fixar as suas famosas Noventa e Cinco Teses Contra as Indulgências na porta da igreja de Wittenberg o objetivo de Lutero não era sair da igreja, e sim, chamar os seus líderes para um debate, para uma reflexão, um confronto de suas práticas com a Palavra de Deus. Ao rejeitarem a sua proposta, ameaça-lo e excomungá-lo como herege, a situação tornou-se insustentável e ele teve que sair. Se você quer sair de onde você está não saia antes de tentar promover alguma mudança. Esse é um caminho difícil, árduo e espinhoso. Se a sua liderança não aceitar confrontar suas práticas com a Palavra de Deus, se preferirem seguir no caminho da tolice, e se as coisas ficarem insustentáveis para você, aí sim, você saia.
PEQUENOS COMEÇOS, GRANDES VITÓRIAS.
Uma Reforma, muitas vezes tem um pequeno começo. Às vezes é uma conversa, um sonho, uma carta, um plano. Quando nós olhamos para as Escrituras nós podemos perceber que grandes vitórias tiveram um pequeno começo. Por exemplo, nos dias de Neemias, Jerusalém estava debaixo de escombros já havia noventa anos! Certo dia, Neemias recebe a visita de Hanani e depois de uma pequena conversa onde ele ouve em que situação se encontrava Jerusalém, Neemias chora, se lamenta, jejua e ora ao Deus dos céus. Depois ele vai até o rei Artaxerxes e pede que o envie de volta a sua terra e ali começava uma grande reforma que desembocaria em grandes vitórias para o povo de Deus.
Muitos e muitos fatos na História da Igreja começaram de forma despretensiosa. 1) A missão no Interior da China, iniciou-se com Hudson Taylor e chegou a ter 800 missionários com 25 mil convertidos. 2) Quem imaginaria que em 1859 um jovem de apenas 26 anos de idade, por nome de Ashbell Green Simonton, deixaria tudo no seu país e começaria em nossa pátria a Igreja Presbiteriana do Brasil? 3) No século 18, em Oxford, Inglaterra, alguns jovens se reuniram para orar por um avivamento espiritual, ao se dedicarem nessa bendita tarefa Deus enviou um grande despertamento espiritual que salvou a Inglaterra dos horrores da revolução francesa. Entre esses jovens estavam John e Charles Wesley e o grande pregador calvinista George Whitefield. Em resumo, Deus pode muito bem transformar as coisas pequenas em grandes realizações no Seu Reino. Não despreze os pequenos começos, pois eles podem ser transformados em grandes realizações para a glória de Deus!
                                                                                                                                

                                                                                                                                   Rikison Moura, V. D. M

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