quinta-feira, 4 de agosto de 2016

ANSIANDO PELA LIBERTAÇÃO DO ARBÍTRIO

Em círculos arminianos, ouve-se muito falar sobre livre-arbítrio ou da liberdade da vontade humana. Não quero promover aqui um debate teológico. O doutor, Martinho Lutero, já fez isso de maneira magistral contra o humanista Erasmo de Rotterdam.
Mas o que quero mostrar, de maneira simplista até, é que o pecado é uma prova esmagadora de que nosso arbítrio não é livre. Você é cristão e ama o seu Senhor; seu desejo é que sua vida, conduta, ação e pensamentos sejam agradáveis a Ele. Porém, constantemente estamos tropeçando, caindo, pecando.
  
Aí vêm os questionamentos: Por que um cristão não consegue viver sem pecar? Por que, mesmo após ser salvo por Cristo, um cristão não consegue viver de tal modo que, a sua vida seja vivida inteiramente para o seu Senhor?  Por que não conseguimos uma santificação plena nessa vida?
Ainda que algumas correntes defendam o chamado perfeccionismo cristão, que é a idéia de que é possível alcançarmos a perfeição cristã, de vencermos o pecado e as imundícias do coração nessa vida. A grande verdade é que isso não é possível.
Nessa vida haverá uma terrível batalha instaurada dentro do nosso ser. Uma luta entre a carne (nossa natureza pecaminosa), e o Espírito Santo. Paulo declara: “Porque a carne milita contra o Espírito, e o Espírito contra a carne, porque são opostos entre si; para que não façais o que, porventura, seja do vosso querer” (Gl 5.17; Cf. Rm 7.21-23).
“Esta corrupção da natureza persiste, durante esta vida, naqueles que são regenerados; embora seja ela perdoada e mortificada por Cristo; todavia tanto ela como os seus impulsos são, real e propriamente, pecado”. [1]
Devemos sim, lutar contra o pecado, buscar a santificação. Porém, mais uma vez discordamos dos perfeccionistas que ensinam que o crente é capaz de ter uma santificação perfeita nesta vida. Contra essa idéia, o Catecismo Maior declara:
“A santificação dos crentes é imperfeita por causa dos resquícios do pecado que permanecem neles e das perpétuas concupiscências da carne contra o Espírito; por isso, são eles muitas vezes, arrastados pelas tentações e caem em muitos pecados; são impedidos em todos os seus serviços espirituais, e as suas melhores obras são imperfeitas e manchadas diante de Deus”. [2]
Continuemos, pois lutando, amados irmãos, assim como Paulo: “Não que eu o tenha já recebido ou tenha já obtido a perfeição; mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus”  (Fp 3.12 ).
Maravilhosa será a nossa glorificação. Anseio por esse dia. O dia que encontrarei o meu Senhor e Rei. O dia em que Ele nos apresentará com exultação, imaculados diante da sua glória (Jd 24). O dia em que não mais pecarei, pois serei semelhante a Ele (Jo 3.2). Grande será o dia da libertação do arbítrio. “É  no estado de glória que a vontade do homem se torna perfeita e imutavelmente livre somente para o bem”. [3]

Rikison Moura.


[1] Confissão de Fé de Westminster, 6.5
[2] . 78
[3] Confissão de Fé de Westminster, 9.5

Nenhum comentário:

Postar um comentário