Tempos atrás, tínhamos um quadro
no programa da rádio que se chamava: o que é? Ali nós tentávamos fazer um
desdobramento de vários termos importantes para a nossa fé. Aqui nosso
interesse é responder à seguinte pergunta: o que é justificação?
O Breve Catecismo de Westminster
define justificação como:
“Um ato da livre graça de Deus,
no qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante
dele, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela
fé” (Pergunta 33).
Sempre fico impressionado com
esta pequena, porém profunda definição dos teólogos de Westminster. Vejamos
mais atentamente o que o Breve Catecismo de Westminster nos ensina acerca da
justificação:
- A primeira coisa que o Catecismo nos ensina é que a justificação é “um ato” não um processo. A teologia romana ensina uma justificação gradual, progressiva. Para eles, a justificação é uma infusão da graça e não um ato declaratório de Deus. Os reformadores rejeitaram os ensinos de Roma e reafirmaram o ensino bíblico da justificação instantânea e completa.
- A seguir, o Catecismo mostra quem é que justifica. Ele diz que esse ato é “da livre graça de Deus”. Isto está em de acordo com a Bíblia, pois está escrito que Deus é quem justifica (Rm 8.33). A fonte da justificação é Deus e sua livre graça.
- O Catecismo também nos ensina, que neste ato da livre graça de Deus, ele “perdoa todos os nossos pecados”.
- Além do perdão dos pecados, “Ele nos aceita como justos”. Somos aceitos na sagrada família de Deus. Somos aceitos no Amado Filho de Deus (Jo 1.12; Ef 1.6).
- Somos aceitos como justos não por conta de nossa própria justiça, mas “somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada. Cristo é a base de nossa justificação. Essa é uma “justiça estrangeira”, como dizia o reformador Lutero. É uma justiça que vem de fora de nós, vem do perfeito Cristo (2Co 5.21). O ensino do evangelho é que no momento em que uma pessoa recebe a Jesus Cristo, tudo que Cristo fez é aplicado a essa pessoa, inclusive sua justiça.
- Por fim, o Catecismo nos mostra como se apoderar de todas as bênçãos adquiridas por Cristo, “e recebida só pela fé”. A fé não é o fundamento da justificação, mas o instrumento pelo qual o pecador se apropria dos méritos de Cristo. “Se a fé fosse o fundamento da justificação, a fé seria uma obra meritória, e a mensagem do Evangelho seria, no fim, uma nova versão da justificação pelas obras, doutrina irreconciliável com a graça de Deus”. [1]
Quando Deus justifica
alguém não é por conta do valor de sua fé, mas no valor daquele em quem a fé
repousa, a saber, Cristo. Dizer que somos justificados somente pela fé é dizer
que somos justificados por Cristo somente. “Não porque sou agradável a Deus graças ao valor da minha fé, pois
somente a satisfação, a justiça e santidade de Cristo é a minha justiça diante
de Deus. É somente pela fé que posso receber e fazer dessa justiça a minha
própria justiça” (Catecismo
de Heidelberg. Perg.61).
Rikison Moura.
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