sábado, 9 de abril de 2016

O QUE É JUSTIFICAÇÃO?

Tempos atrás, tínhamos um quadro no programa da rádio que se chamava: o que é? Ali nós tentávamos fazer um desdobramento de vários termos importantes para a nossa fé. Aqui nosso interesse é responder à seguinte pergunta: o que é justificação?

O Breve Catecismo de Westminster define justificação como:
“Um ato da livre graça de Deus, no qual ele perdoa todos os nossos pecados e nos aceita como justos diante dele, somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada, e recebida só pela fé” (Pergunta 33).
Sempre fico impressionado com esta pequena, porém profunda definição dos teólogos de Westminster. Vejamos mais atentamente o que o Breve Catecismo de Westminster nos ensina acerca da justificação:
  1. A primeira coisa que o Catecismo nos ensina é que a justificação é um ato” não um processo. A teologia romana ensina uma justificação gradual, progressiva. Para eles, a justificação é uma infusão da graça e não um ato declaratório de Deus. Os reformadores rejeitaram os ensinos de Roma e reafirmaram o ensino bíblico da justificação instantânea e completa.
  2. A seguir, o Catecismo mostra quem é que justifica. Ele diz que esse ato é “da livre graça de Deus”. Isto está em de acordo com a Bíblia, pois está escrito que Deus é quem justifica (Rm 8.33). A fonte da justificação é Deus e sua livre graça.
  3. O Catecismo também nos ensina, que neste ato da livre graça de Deus, ele “perdoa todos os nossos pecados”.  
  4. Além do perdão dos pecados, “Ele nos aceita como justos”. Somos aceitos na sagrada família de Deus. Somos aceitos no Amado Filho de Deus (Jo 1.12; Ef 1.6).  
  5. Somos aceitos como justos não por conta de nossa própria justiça, mas “somente por causa da justiça de Cristo a nós imputada. Cristo é a base de nossa justificação. Essa é uma “justiça estrangeira”, como dizia o reformador Lutero. É uma justiça que vem de fora de nós, vem do perfeito Cristo (2Co 5.21). O ensino do evangelho é que no momento em que uma pessoa recebe a Jesus Cristo, tudo que Cristo fez é aplicado a essa pessoa, inclusive sua justiça.
  6. Por fim, o Catecismo nos mostra como se apoderar de todas as bênçãos adquiridas por Cristo, e recebida só pela fé”. A fé não é o fundamento da justificação, mas o instrumento pelo qual o pecador se apropria dos méritos de Cristo. “Se a fé fosse o fundamento da justificação, a fé seria uma obra meritória, e a mensagem do Evangelho seria, no fim, uma nova versão da justificação pelas obras, doutrina irreconciliável com a graça de Deus”. [1]  
Quando Deus justifica alguém não é por conta do valor de sua fé, mas no valor daquele em quem a fé repousa, a saber, Cristo. Dizer que somos justificados somente pela fé é dizer que somos justificados por Cristo somente. Não porque sou agradável a Deus graças ao valor da minha fé, pois somente a satisfação, a justiça e santidade de Cristo é a minha justiça diante de Deus. É somente pela fé que posso receber e fazer dessa justiça a minha própria justiça” (Catecismo de Heidelberg. Perg.61).

Rikison Moura.



[1] Franklin Ferreira, Teologia Cristã, p. 166

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