sexta-feira, 11 de abril de 2014

AI DELES!

“Ai deles! Porque prosseguiram pelo caminho de Caim, e, movidos de ganância, se precipitaram no erro de Balaão, e pereceram na revolta de Corá” (Jd 11).
Ao declarar o juízo de Deus contra os apóstatas que estavam perturbando as comunidades cristãs, Judas seguiu o exemplo dos profetas (Is 5.8-23) e de Cristo (Mt 23.13, 15-16, 23, 25,27, 29) iniciando com um ai. Judas volta-se a passagens do Antigo Testamento para buscar ilustrações que de certa forma viesse a caracterizar os falsos mestres do seu tempo. Esses homens são: Caim, Balaão e Corá.
Ai daqueles que andam pelo mesmo caminho trilhado por Caim. Caim tipifica o homem que não tem nenhum cuidado com o seu irmão; tipifica o homem cínico, destituído de fé e amor. O caminho de Caim é o caminho do orgulho do homem, é o caminho da religião sem fé; é o caminho baseado na justiça própria e nas boas obras; Caim simboliza a traição, inveja, ódio, orgulho e concupiscência. Caim tipifica aqueles que oferecem um culto hipócrita, indigno de Deus; Caim tipifica o homem que apresenta-se a Deus com o coração entupido de ódio. È aquele homem que mesmo se mostrando religioso não é capaz de agradar o Senhor, pois Deus não está interessado na exterioridade da religião, mas Ele busca um coração puro, sincero e obediente como o de Abel. Caim ofereceu um culto ao Senhor, tendo o coração cheio de ódio e inveja (1Jo 3.12), Deus rejeitou a oferta de Caim porque primeiro rejeitou o próprio Caim, pois antes de olhar para as nossas ofertas, Deus sonda os nossos corações. "Porque o Senhor não vê como vê o homem. Pois o homem vê o que está diante dos olhos, porém o Senhor olha para o coração" (1Sm 16.7).
Ai daqueles que caem no mesmo erro de Balaão. Balaão tipifica o homem que comercializa dons e ministérios, é aquele que transforma o sagrado em fonte de lucro, é o uso do espiritual para obter o material. Balaão tipifica aqueles que roubam do teu bolso em nome da fé. Que usam a religião com "intuitos gananciosos" (1Ts 2.5).

Ai daqueles que como Corá tentam impor a sua própria vontade a Deus e ao povo. O pecado de Corá foi a sua rebelião infame contra Moisés e Arão, os líderes divinamente nomeados de Israel. Corá não se contentava em ajudar os sacerdotes; queria ser sacerdote também (Nm 16.10); queria impor a sua vontade e tomar sobre si funções ás quais não tinha nenhum direito; reuniu uma turba e desafiou abertamente Moisés e Arão. Corá tinha o desejo egoísta de grandeza e autoridade.
A semelhança de Judas, de Cristo e dos profetas, ao ver a terrível situação que nos cerca, ás vezes, sinto vontade de pronunciar alguns ais.
Ai da desavergonhada injustiça nos tribunais, os quais por suborno justificam o perverso e ao justo negam justiça (Is 5.23).
Ai dos materialistas gananciosos que criam mecanismos criminosos para roubarem os pobres e oprimirem os indefesos.
Ai daqueles que invertem os valores morais, que ao mal chamam bem e ao bem, mal; que fazem da escuridade luz e da luz, escuridade; põem o amargo por doce e o doce, por amargo! (Is 5.20).
Ai daqueles que aplaudem o pecado e fazem troça da virtude!.
Ai daqueles que fazem da igreja uma empresa, do púlpito um balcão, do evangelho um produto e dos crentes consumidores!.
Ai daqueles que pavimentam o caminho da fé com prata e ouro!
Ai daqueles que desprezam a Palavra de Deus, substituindo-a pelas migalhas do mundo!.
Ai daqueles que tomam dos venenos de Satanás, e, habilmente, os rotula como se fossem os santos remédios de Cristo!.
Ai daqueles que desengavetaram as indulgências, já empoeiradas da Idade Média, e lhe deram uma roupagem evangélica. Amuletos vis, louca vaidade. Obra de corações incircuncisos!
Ai daqueles que se entregam a rituais religiosos vazios, desprovidos de verdade e vida!.
Ai daqueles que mudam a mensagem do evangelho para atrair os incautos e auferir gordos lucros!
Ai dos falsos apóstolos que andam mercadejando a Palavra de Deus e mantendo as pessoas num tosco paganismo!. Ai deles, pois obscurecem a obra de Cristo e prestam um desserviço ao reino de Deus!
Ai daqueles que vendem a sua consciência, negociam o sagrado e corrompem sua vocação!.
Meus amados irmãos não ensarilhem as armas, a luta não acabou. Vamos trazer artilharia pesada dos céus, e trovejarmos contra essa geração incrédula. Vamos erguer as nossas vozes, pôr o dedo na ferida e denunciarmos, insistentemente, os males crônicos que atingiram a sociedade, as famílias, a igreja e que consequentemente, adoecem a nossa nação. Não se cale!. Não se conforme!. Não se esconda!
Ai daqueles que tem suas vozes silenciadas pela conveniência!.


Em Cristo, Rikison Moura.

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