Vivemos tempos trabalhosos. As
famílias estão em perigo. A abominação (quem lê entenda) luta
desesperadamente para descaracterizar o conceito judaico-cristão de
casamento. A mídia bombardeia a família com telenovelas onde os
relacionamentos são superficiais, descompromissados e imorais.
Diante de tudo isso, gostaria de expressar o que a Confissão de fé
de Westminster, sensível à revelação bíblica, diz em relação
ao casamento.
Em primeiro lugar,
o casamento é
heterossexual: o
casamento deve ser entre um homem e uma mulher
(CFW XXIV p. 1). Assim, a Confissão se posiciona clara e abertamente
contra a união homossexual. Essa união não tem respaldo na Palavra
de Deus e vai contra tudo aquilo que o SENHOR, desde o princípio
estabeleceu. “Porém,
desde o princípio da criação, Deus os fez homem e mulher. Por isso
deixará o homem a seu pai e a mãe, [e unir-se- á à sua mulher],
e, com sua mulher, serão os dois uma só carne”
(Mc 10.6-8).
Em segundo lugar, o
casamento é monogâmico: ao
homem não é lícito ter mais de uma esposa, nem à mulher mais de
um marido ao mesmo tempo (CFW XXVI p. 1).
A Confissão está apontando para a seguinte verdade: a poligamia é
proibida entre os cristãos.
“...cada um [singular] tenha a sua própria esposa e cada uma
[singular] o seu próprio marido”
(1Co 7.2). Deus não criou mais de uma mulher para Adão e nem
tampouco criou mais de um homem para Eva.
Em terceiro lugar,
o casamento é uma
ordenação divina: o
matrimônio foi ordenado... (CFW XXIV, p. 2).
O matrimônio foi ordenado pelo Criador (Gn 2.18-24). Essa foi a
primeira instituição humana estabelecida por Deus.
Em quarto lugar, o
casamento tem propósitos: ...para
o auxílio mútuo de marido e mulher, para a propagação da raça
humana por uma sucessão legítima, e da Igreja por uma semente
santa, e para evitar-se a impureza (CFW, XXIV, p. 2).
Deus é infinitamente sábio, e Ele em sua sabedoria criou e
estabeleceu todas as coisas com propósitos. E o propósito de Deus
para o casamento não é a visão popular de que homem e mulher devam
viver em eterno conflito, desembocando em irrefletidos exageros, como
o machismo e o feminismo, mas sim que ambos se auxiliem mutuamente,
que sejam parceiros, amigos, companheiros e não competidores. Que
ajudem um ao outro e não que se destruam. “Disse
mais o SENHOR Deus: Não é bom que o homem esteja só: far-lhe-ei
uma auxiliadora que lhe seja idônea” (Gn 2.18).
Além do auxílio mútuo, o
casamento foi estabelecido para a propagação da raça humana.
“Criou Deus, pois, o homem à sua imagem, à imagem de Deus os
criou; homem e mulher os criou. E Deus os abençoou e lhes disse:
Sede fecundos, multiplicai-vos, enchei a terra e sujeitai-a; dominai
sobre os peixes do mar, sobre as aves dos céus e sobre todo animal
que rasteja sobre a terra” (Gn 1.27,28).
Quando o casal anda de acordo com a vontade de Deus, além de se
auxiliarem, eles ainda evitam contaminar-se. Relacionamentos
extraconjugais atentam contra a aliança firmada diante de Deus e
contra a saúde sexual do casal. “Mas,
por causa da impureza, cada um tenha a sua própria esposa e cada uma
o seu próprio marido”
(1Co 7.2).
Em quinto lugar,
é dever dos cristãos casar-se com cristãos: A
todos que são capazes de dar consentimento ajuizado, é lícito
casar, mas é dever dos cristãos casar somente no Senhor... (CFW
XXIV, p. 3). A
Confissão expressa à revelação da Palavra de Deus a qual ensina:
“Não vos ponhais em jugo desigual com os incrédulos; porquanto,
que sociedade pode haver entre a justiça e a iniquidade? Ou que
comunhão da luz com as trevas? Que harmonia, entre Cristo e o
Maligno? Ou que união, do crente com o incrédulo? (2Co 6.14,15).
Muitos cristãos, ao desobedecerem esse postulado bíblico, têm
entrado em relações que somente trazem prejuízos, desgosto e
escândalo. É inconcebível que os cristãos se casem com àqueles
que zombam de Deus. Que escarnecem da fé cristã. A Confissão
continua e categoricamente afirma: “Portanto,
os que professam a verdadeira religião reformada não devem casar-se
com infiéis, papistas ou outros idólatras; nem devem os piedosos
prender-se a jugo desigual por meio do casamento com os que são
notoriamente ímpios em suas vidas, ou que mantêm heresias
perniciosas (CFW, XXIV, p. 3).
Em sexto lugar,
casamentos
incestuosos são ilícitos: “Não
devem casar-se as pessoas entre as quais existem os graus de
consanguinidade ou afinidade proibidos na Palavra de Deus; tais
casamentos incestuosos jamais poderão tornar-se lícitos pelas leis
humanas ou consentimento das partes, de modo a poderem viver juntas
como marido e esposa” (CFW, XXIV, p. 4). Casamentos
de parentes próximos, além de ser imoral e proibido pela Palavra de
Deus (Lv 20.19-21) podem acarretar sérios problemas biológicos.
Em sétimo lugar,
a fornicação ou adultério pode pôr fim ao casamento: “O
adultério ou fornicação, cometido depois de um contrato, sendo
descoberto antes do casamento, dá à parte inocente justo motivo de
dissolver o contrato; no caso de adultério depois do casamento, à
parte inocente é lícito propor divórcio, e depois de obter
divórcio, casar com outrem, como se a parte infiel fosse morta”
(CFW XXIV, p. 5). As
circunstâncias em que a Palavra de Deus permite o divórcio são bem
estreitas. Não há margem para as seguintes desculpas: “havia
uma incompatibilidade de gênios entres nós.
Ou “o amor
esfriou”. E
ainda: “Não era o
que eu pensava”. Somente
a morte (Rm 7.2), o adultério (Mt 19.9) ou deserção irreparável
pode pôr fim ao casamento (1Co 7.15). A separação não sendo por
causa do que foi elencado acima, torna ilícito um novo casamento.
“Ora, aos casados,
ordeno, não eu, mas o Senhor, que a mulher não se separe do marido
(se, porém, ela vier a separar-se, que não se case ou que se
reconcilie com seu marido); e que o marido não se aparte de sua
mulher” (1Co 7.10,11).
Em oitavo lugar,
o divórcio não é um mandamento divino, mas produto da corrupção
humana: “Posto que
a corrupção do homem seja tal que o incline a procurar argumentos a
fim de indevidamente separar aqueles que Deus uniu em matrimônio,
contudo nada, senão o adultério, é causa suficiente para dissolver
os laços do matrimônio, a não ser que haja deserção tão
obstinada que não possa ser remediada nem pela Igreja nem pelo
magistrado civil. Para a dissolução do matrimônio é necessário
haver um processo púbico e regular, não se devendo deixar ao
arbítrio e discrição das partes o decidir em seu próprio caso”
(CFW, XXIV, p. 6). Deus
ordenou o casamento, não o divórcio. O casamento é fruto do
coração amoroso de Deus, mas o divórcio é fruto do coração
endurecido dos homens. Quando Deus estabeleceu o matrimônio não
havia nenhuma palavra sobre divórcio.
Quando os fariseus disseram
que Moisés mandou
dar carta de
divórcio e repudiar, Jesus Cristo disse que Moisés permitiu
e isso por causa da
dureza do coração humano, entretanto, não foi assim desde o
princípio (Mt 19.7, 8). O propósito do Criador é que o matrimônio
seja indissolúvel, portanto o que Deus ajuntou não o separe o homem
(Mt 19.6).
Rikison Moura, V. D. M
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