sábado, 25 de abril de 2015

O PEDIDO DE UM REFORMADOR.

O Reformador Martinho Lutero, era conhecido pela sua ousadia e pelas suas firmes convicções. Corajosamente, ele desafiou abertamente toda a “Babilônia infernal” e seu sistema herético, conclamando-os a se voltarem para Deus e para às Escrituras. Porém, a coragem de Lutero não foi evidenciada somente no campo da teologia, mas também na vida familiar.

Aos 41 anos de idade, Lutero casa-se com uma ex-freira, Katherina Von Bora, 16 anos mais nova do que ele. Talvez você esteja se perguntando: é necessário coragem e ousadia para casar-se? Considere a época que Lutero viveu, século XVI, um tempo marcado pela ignorância e terríveis crendices. Naquele tempo, as pessoas acreditavam que se um monge e uma freira se casassem e gerassem um filho, o resultado seria uma abominação, um monstro de duas cabeças. Mas ali estava Lutero, formando a sua família. Tendo não apenas um, mas seis filhos.
No início, Lutero dizia que havia se casado, apenas porque o seu pai o importunava, mas depois, sua visão foi modificada, ao ponto do próprio Lutero reconhecer: “Não há relacionamento, comunhão ou companheirismo mais amável, amigável e encantador do que um bom casamento”.
Quando a sua filha Madalena tinha 13 anos de idade, algo doloroso ocorreu na família de Lutero. A pequena Madalena morre e uma grande tristeza se abate sobre o experiente teólogo. Diante de tamanha perda, esse homem de fé sente que deveria reconhecer a ação de Deus e ser-lhe grato, porém, como pai a dor da perda é injustificável. “Nem mesmo a morte de Cristo” escreve Lutero, “pode retirar esse pesar como deveria. E o que é a morte de todos em comparação com a de Cristo?”.
Lutero está dividido. Nesse conflito de emoções, Lutero escreve ao seu amigo, Justus Jonas, em busca de consolo, ele convida o seu amigo a participar das dores da morte de sua própria filha. Ele sabe que é a vontade de Deus, ele sabe que ela está melhor agora, ele apela ao discurso da fé, mas a imagem de sua amada filha gravada em seu coração não permite que ele seja agradecido a Deus agora. Então, Lutero faz um pedido: “Amigo, agradece a Deus em nosso lugar”.
Lutero estava chamando o seu amigo a participar de suas dores, a partilhar de suas cargas. “Cargas” são fardos muito pesados para serem levados sozinhos. E a recomendação bíblica é que “levemos as cargas uns dos outros e assim cumpriremos a lei de Cristo” (Gl 6.2). Isso nos lembra de que a igreja deve ser uma comunidade terapêutica. A nossa comunhão em Cristo Jesus deve ser tão estreita a ponto de o que afeta um afeta todos. O fardo dos nossos irmãos deve pesar também sobre nós. Devemos nos alegrar com os que se alegram e chorar com os que choram (Rm 12.15). Que Deus nos ajude.
Rikison Moura, V. D. M



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